Arquivo do mês: janeiro 2013

Tempo, tempo, tempo, tempo…

Hoje tudo me parace tão esquisito, este dia cinza, esta vontade estonteante de virar a mesa, mudar meu modo de vida.

Hoje me sinto como se não fosse quem eu olho no espelho.

Eu me olho, mas não me vejo. Eu penso, eu repenso, eu resisto, eu pondero, eu volto atrás em pensamento e não sei o que me trouxe aqui.

Estas incertezas, esta impotência, esta necessidade teimosa de esperar o tempo passar não é algo que me convença, ao contrário, é algo que me faz desacreditar no que é possível, tangível, real.

Tudo que não depende somente de nós é angustiante para alguém como eu.

Tudo bem que não gosto de pensar sozinha, gosto de ter alguma espécie de caixa de ressonância que me faça ouvir as minhas próprias palavras. Talvez por isso esteja escrevendo aqui e agora, numa tentativa desesperada de aliviar este aperto no peito, esta angústia que toma conta de mim. Talvez relendo isso as coisas fiquem mais claras, sei lá…

Só sei que tô sim, caminhando só pra frente, mas o motor anda meio fraco e este carro não tá rendendo o que deveria.

Maldito tempo: “Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo…”

Não faça isso comigo, não me consuma, mas também não me abandone.

Eu não sei esperar. É isso! Eu não sei esperar!

E a vida me obriga a isso. E neste intervalo enquanto espero sofro de um medo sinistro de que nada saia como espero, que nada seja como sinto, que nunca eu veja o que eu preciso, que nunca tenha o que eu quero!